Ser livre para amar


Quarta-feira 29 de fevereiro de 2012

Ser livre para amar

Jesus veio até nós para nos ajudar a superar o medo de Deus. Enquanto temos medo de Deus, não podemos amar a Deus. Amor significa intimidade, proximidade, vulnerabilidade mútua, e uma profunda sensação de segurança. Mas todas essas coisas são impossíveis enquanto há medo. O medo cria desconfiança, distância, defesa e insegurança.

O maior bloqueio na vida espiritual é o medo. A oração, meditação e educação não podem surgir do medo. Deus é amor perfeito, e como escreve o evangelista João, "O perfeito amor expulsa o medo" (1 João 4:18). A mensagem central de Jesus é que Deus nos ama com um amor incondicional e deseja também o nosso amor, livre de todo medo.

Deixar ir o nosso medo de Deus

Terça-feira 28 de fevereiro de 2012

Deixar ir o nosso medo de Deus

Temos medo do vazio. Espinosa fala sobre nosso "horror vacui", nosso medo terrível de estar desocupados.
Gostamos de ocupar e encher cada vazio do tempo e do espaço. Queremos ser ocupados. E se não estamos ocupados nós facilmente tornamo-nos preocupados, ou seja, nós preenchemos os espaços vazios antes mesmo de alcançá-los. Nós os preenchemos com nossas preocupações, dizendo: "Mas e se ..."

É muito difícil permitir que o vazio exista em nossas vidas. O vazio exige a disposição de não estar no controle, uma disposição de deixar algo novo e inesperado acontecer. Exige confiança, entrega e abertura para orientação. Deus quer habitar em nosso vazio. Mas, enquanto tivermos medo das ações de Deus e de Deus em nossas vidas, é improvável que venhamos oferecer o nosso vazio a Deus. Vamos orar para que possamos deixar ir o nosso medo de Deus e abraçar Deus como a fonte de todo amor.

Criando um espaço para Deus

Segunda-feira 27 de fevereiro de 2012

Criando um espaço para Deus

Disciplina é o outro lado do discipulado. Discipulado sem disciplina é como querer correr na maratona sem nunca praticar. Disciplina sem discipulado é como estar sempre treinando para a maratona, mas nunca participar. É importante, no entanto, perceber que a disciplina na vida espiritual não é a mesma disciplina nos esportes. Disciplina nos esportes é o esforço concentrado para dominar o corpo para que ele possa obedecer melhor à mente. A disciplina na vida espiritual é o esforço concentrado para criar o espaço e o tempo em que Deus pode se tornar nosso mestre e onde podemos responder livremente à sua orientação.

Assim, a disciplina é a criação de limites que mantenham o tempo e o espaço abertos para Deus. Solidão exige disciplina, adoração exige disciplina, cuidar dos outros exige disciplina. Todos eles nos pedem para separar um tempo e um lugar onde a presença graciosa de Deus pode ser reconhecida e respondida.

Diante da nossa mortalidade

Domingo 26 de fevereiro de 2012
 
Diante da nossa mortalidade

Todos nós temos sonhos sobre a vida perfeita: uma vida sem dor, tristeza, conflitos, guerras. O desafio espiritual é experimentar vislumbres desta vida perfeita bem no meio das nossas muitas lutas. Ao abraçar a realidade da nossa vida mortal, podemos entrar em contato com a vida eterna que foi semeada nela. O apóstolo Paulo exprime esta força quando ele escreve: "Em tudo somos oprimidos, mas não sucumbimos. Vivemos em completa penúria, mas não desesperamos. Somos perseguidos, mas não ficamos desamparados. Somos abatidos, mas não somos destruídos. Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça em nossa carne mortal." (2 Coríntios 4:8-11).
Somente enfrentando nossa mortalidade podemos entrar em contato com a vida que transcende a morte. Nossas imperfeições abrem para nós a visão da vida perfeita que Deus nos prometeu em e através de Jesus.

Grandeza oculta

Grandeza oculta

Há muita ênfase em notoriedade e fama em nossa sociedade. Nossos jornais e televisão continuam a dar-nos a mensagem: O que conta é para ser conhecido, louvado e admirado, se você é um escritor, um ator, um músico, ou um político.

Ainda assim, a verdadeira grandeza é, muitas vezes escondida, humilde, simples e discreta. Não é fácil confiar em nós mesmos e em nossas ações sem afirmação pública. Devemos ter uma forte auto-confiança combinada com profunda humildade. Algumas das maiores obras de arte e das obras mais importantes da paz foram criadas por pessoas que não tinham necessidade de ser o centro das atenções. Eles sabiam que o que estavam fazendo era o seu chamado, e eles fizeram isso com muita paciência, perseverança e amor.

Trazer nossos segredos para a Luz

Trazer nossos segredos para a Luz

Nós todos temos nossos segredos: pensamentos, lembranças, sentimentos que mantemos para nós mesmos. Muitas vezes pensamos: "Se as pessoas soubessem o que eu sinto ou penso, elas não me amariam." Estes segredos cuidadosamente mantidos podem nos fazer muito mal. Podem fazer-nos sentir culpados ou envergonhados e podem nos levar a auto-rejeição, depressão, e até mesmo pensamentos e ações suicidas.
 
Uma das coisas mais importantes que podemos fazer com nossos segredos é a compartilhá-los em um lugar seguro, com pessoas em quem confiamos. Quando temos uma boa maneira de trazer os nossos segredos para a luz e podemos olhá-los com os outros, vamos logo descobrir que não estamos sozinhos com os nossos segredos e que os nossos amigos de confiança nos amarão mais profundamente e mais intimamente do que antes. Trazer nossos segredos para a luz cria uma comunidade e cura interior. Como resultado da partilha de segredos, não só os outros vão amar-nos melhor, mas vamos nos amar mais plenamente.

O que é mais pessoal é mais universal

Quinta-feira 23 de fevereiro de 2012
 
O que é mais pessoal é mais universal
 
Nós gostamos de fazer uma distinção entre a nossa vida privada e pública e dizer: "Tudo o que faço na minha vida privada é da conta de ninguém." Mas qualquer um que tentar viver uma vida espiritual vai descobrir logo que o mais pessoal é o mais universal, o mais oculto é o mais público e o mais solitário é o mais comunitário. O que vivemos nos lugares mais íntimos de nosso ser não é apenas para nós, mas para todas as pessoas. É por isso que nossas vidas interiores são vidas para outros. É por isso que a nossa solidão é um presente para nossa comunidade, e é por isso que os nossos pensamentos mais secretos afetam a nossa vida em comum.
 
Jesus diz: "Ninguém acende uma lâmpada para colocá-lá sob uma bacia; mas para colocá-la no candelabro, onde ela brilha para todos na casa" (Mateus 5:14-15). A luz mais interior é uma luz para o mundo. Não tenhamos "vida dupla", deixemos que o que vivemos em privado seja conhecido em público.

A verdadeira intimidade

Terça-feira 21 de fevereiro de 2012

A verdadeira intimidade

As relações humanas facilmente tornam-se possessivas. Nossos corações desejam tanto ser amados que estamos inclinados a nos apegar à pessoa que nos oferece amor, carinho, amizade, cuidado, ou apoio. Uma vez que tenhamos visto ou sentido um toque de amor, nós queremos mais do mesmo. Isso explica porque muitas vezes os amantes "bicam" uns com os outros. Brigas de namorados são brigas entre pessoas que querem mais uns dos outros do que eles são capazes ou dispostos a dar.

É muito difícil para o amor não se tornar possessivo, pois nossos corações procuram o amor perfeito e nenhum ser humano é capaz disso. Só Deus pode oferecer o amor perfeito. Portanto, a arte de amar inclui a arte de dar espaço um ao outro. Quando nós invadimos o espaço um do outro e não permitimos ao outro ser sua própria pessoa livre, causamos grande sofrimento em nossos relacionamentos. Mas quando damos um ao outro espaço para se mover e compartilhar nossos dons, a intimidade verdadeira torna-se possível.

A vida não-possessiva


Segunda-feira 20 de fevereiro de 2012


A vida não-possessiva


Para poder desfrutar totalmente as muitas coisas boas que o mundo tem a oferecer, deve nos desapegar delas. Ser desapegado não significa ser indiferente ou desinteressado. Significa ser não-possessivo. A vida é um dom para agradecer e não uma propriedade para se apegar.


Uma vida não-possessiva é uma vida livre. Mas tal liberdade só é possível quando temos um profundo sentimento de pertença. A quem, pois pertencemos? Nós pertencemos a Deus. O Deus a quem pertencemos nos enviou ao mundo para proclamar em seu nome que toda a criação é criada no e pelo amor e nos chama à gratidão e à alegria. Isso é tudo o que a vida "desapegada" é. É uma vida em que somos livres para oferecer louvor e ação de graças.

A base da nossa segurança


Domingo 19 de fevereiro de 2012

A base da nossa segurança

Qual é a base da nossa segurança? Quando começamos a pensar sobre essa questão, podemos dar muitas respostas: sucesso, dinheiro, amigos, as propriedades, a popularidade, a família, contatos, seguros, e assim por diante. Podemos nem sempre pensar que algum destes constitui a base da nossa segurança, mas nossas ações ou sentimentos podem dizer o contrário. Quando começamos a perder o nosso dinheiro, nossos amigos, ou a nossa popularidade, nossa ansiedade, então se revela quão profundamente o nosso senso de segurança está enraizado nessas coisas.

A vida espiritual é uma vida em que a nossa segurança não se baseia em quaisquer coisas criadas, por melhores que possam ser, mas em Deus, que é amor eterno. Nós provavelmente nunca seremos completamente livres de nossa ligação com o mundo temporal, mas se queremos viver nesse mundo de uma forma verdadeiramente livre, é melhor não lhe pertencer. "Você não pode ser escravo de Deus e do dinheiro" (Lucas 16:13).

O barômetro de nossas vidas


Sexta-feira 17 fevereiro, 2012

O barômetro de nossas vidas

Embora a mesa seja um lugar de intimidade, todos nós sabemos quão facilmente ela pode se tornar um lugar de distância, hostilidade e até ódio. Precisamente porque a mesa é para ser um lugar íntimo, facilmente se torna o lugar que nós experimentamos a ausência de intimidade. A mesa revela as tensões entre nós. Quando marido e mulher não falam um com o outro, quando uma criança se recusa a comer, quando os irmãos e irmãs brigam, quando há silêncios tensos, então a mesa torna-se inferno, o lugar onde nós menos queremos estar.

A mesa é o barômetro da vida familiar e da comunidade. Vamos fazer todo o possível para chegar à mesa como o lugar para celebrar intimidade.

A intimidade da mesa


Quinta-feira 16 de fevereiro de 2012


A intimidade da mesa


A mesa é um dos lugares mais íntimos em nossas vidas. É lá que nós nos damos uns ao outros. Quando dizemos: "Tome um pouco mais, deixe-me servir-lhe outro prato, deixe-me encher outro copo, não se acanhe, aproveite", dizemos muito mais do que nossas palavras expressam. 
Convidamos nossos amigos para fazer parte de nossas vidas. Queremos que eles sejam alimentados pela mesma comida e bebida que nos alimenta. Nós desejamos comunhão. É por isso que a recusa em comer e beber o que um anfitrião oferece é tão ofensivo. Ele sente como que uma rejeição de um convite à intimidade.


Por mais estranho que possa parecer, a mesa é o lugar onde queremos tornar-nos alimento para o outro. Cada café da manhã, almoço ou jantar podem se tornar um momento de crescente comunhão uns com os outros.

Vendo a beleza e a bondade diante de nós

Terça-feira 14 de fevereiro de 2012

Vendo a beleza e a bondade diante de nós

Não precisa ir muito longe para encontrar o tesouro que estamos procurando. Há beleza e bondade bem onde estamos. E só quando podemos ver a beleza e a bondade que estão por perto é que podemos reconhecer a beleza e a bondade em nossas viagens por toda parte. 

Existem árvores e flores para desfrutar, pinturas e esculturas para admirar; acima de tudo há pessoas que sorriem, brincam, e mostram bondade e gentileza. Elas estão à nossa volta, para serem reconhecidas como presentes gratuitos e recebidas com gratidão.

Nossa tentação é recolher toda a beleza e bondade que nos cerca como informação útil que podemos usar para nossos projetos. Mas então não poderemos apreciá-las, e logo descobrimos que necessitamos de um período de férias para restaurar a nós mesmos. 
Vamos tentar ver a beleza e a bondade diante de nós, antes de irmos para outro lugar para procurar por elas.

Celebrando estar vivos

Segunda-feira 13 fevereiro de 2012

Celebrando estar vivos

Aniversários são tão importantes. Nos nossos aniversários celebramos estar vivos. Nos nossos aniversários as pessoas podem dizer-nos: "Obrigado por existir!" Presentes de aniversário são sinais da alegria de nossas famílias e amigos porque somos parte de suas vidas. 



Crianças pequenas muitas vezes esperam por seus aniversários durante meses. Seus aniversários são seus grandes diasquando são o centro das atenções e todos os seus amigos vêm para comemorar.

Nunca devemos esquecer os nossos aniversários ou os aniversários das pessoas que estão perto de nós. Aniversários nos mantêm como crianças. 

Eles nos lembram que o importante não é o que fazemos ou realizamos, o que temos ou o que sabemos, mas o que somos, aqui e agora. Nos aniversários, sejamos gratos pelo dom da vida.

Palavras que nos alimentam

Domingo 12 de fevereiro de 2012

Palavras que nos alimentam

Quando falamos uns com os outros, frequentemente falamos sobre o que aconteceu, o que estamos fazendo, ou o que pretendemos fazer. Geralmente dizemos: "O que está acontecendo?" e nos incentivamos uns aos outros para compartilhar os detalhes de nossas vidas diárias. 
Mas muitas vezes nós queremos ouvir outra coisa. Nós queremos ouvir, "Eu estive pensando em você hoje", ou "Eu fiquei com saudade de você", ou "Eu queria que você estivesse aqui", ou "eu te amo de verdade." Nem sempre é fácil dizer estas palavras, mas tais palavras podem aprofundar nossos laços com o outro.

Dizer a alguém "eu te amo" em qualquer forma é sempre oferecer uma boa notícia. Ninguém vai responder dizendo: "Bem, eu já sabia disso, você não precisa dizer isso de novo!" Palavras de amor e afirmação são como pão. Precisamos delas a cada dia, mais e mais. Elas nos mantêm vivos interiormente.

Palavras que criam

Sábado 11 fevereiro, 2012

Palavras que criam

Palavras, palavras, palavras. Nossa sociedade está cheia de palavras: em outdoors, nas telas de televisão, em jornais e livros. Palavras sussurradas, gritadas e cantadas. Palavras que se movem, dançam, e mudam no tamanho e na corPalavras que dizem: "Prove-me, cheire-me, coma-me, beba- me, durma comigo", mas acima de tudo, "compre-me." Com tantas palavras em torno de nós, rapidamente dizemos: "Bem, são apenas palavras." Assim, as palavras perderam muito de seu poder.

Ainda assim, a palavra tem o poder de criar. Quando Deus fala, Deus cria. Quando Deus diz: "Haja luz" (Gênesis 1:3), a luz é. Deus fala luz. Para Deus, falar e criar são iguais. É esse poder criativo da palavra que precisamos recuperar. O que dizemos é muito importante. Quando dizemos "eu te amo", e dizemos a partir do coração, podemos dar uma nova vida a uma pessoa, nova esperança, nova coragem. Quando dizemos: "Eu te odeio", podemos destruir a outra pessoa.Vigiemos as nossas palavras.