A solidão de Jesus

31 de julho

A solidão de Jesus

Quando Jesus se aproximou da sua morte, ele já não podia experimentar a presença de Deus. Ele clamou: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:47). Ainda em amor ele manteve a verdade de que Deus estava com Ele e disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito" (Lucas 23:46).

A solidão da cruz levou Jesus para a ressurreição. À medida que envelhecemos muitas vezes somos convidados por Jesus a segui-lo nessa solidão, a solidão na qual Deus está muito próximo de ser experimentado pelos nossos corações e mentes limitadas. Quando isso acontecer, vamos orar pedindo a graça de entregar nosso espírito para Deus, como Jesus o fez.

Dois tipos de solidão

30 de julho

Dois tipos de solidão

Na vida espiritual temos que fazer uma distinção entre dois tipos de solidão. Na primeira solidão, estamos fora de sintonia com Deus e experimentamos a nós mesmos quando ansiosamente procuramos por alguém ou algo que possa nos dar um sentimento de pertença, de intimidade, de lar. A segunda solidão vem de uma intimidade com Deus e é mais profunda e maior do que os nossos sentimentos e pensamentos possam capturar.

Poderíamos pensar nesses dois tipos de solidão como duas formas de cegueira. A primeira cegueira vem da ausência de luz e a segunda de muita luz. A primeira solidão temos de tentar superar com fé e esperança. A segunda, devemos estar dispostos a abraçar com amor.

Aridez espiritual

29 de julho

Aridez espiritual

Às vezes passamos por uma terrível aridez em nossa vida espiritual. Nós não sentimos desejo de orar, não experimentamos a presença de Deus, nos entediamos com as celebrações, e até mesmo pensamos que tudo o que sempre acreditamos sobre Deus, Jesus e o Espírito Santo é pouco mais do que um conto de fadas da infância.

Então é importante perceber que a maioria destes sentimentos e pensamentos são apenas sentimentos e pensamentos, e que o Espírito de Deus habita além dos nossos sentimentos e pensamentos. É uma grande graça ser capaz de experimentar a presença de Deus em nossos sentimentos e pensamentos, mas quando não o fizermos, isso não significa que Deus está ausente. Isso normalmente significa que Deus está nos chamando para uma maior fidelidade. É justamente em tempos de secura espiritual que devemos nos apegar a nossa disciplina espiritual para que possamos crescer em uma intimidade nova com Deus.

Colocar nossos temperamentos no serviço de Deus

28 de julho

Colocar nossos temperamentos a serviço de Deus

Nosso temperamento - se colérico, fleumático, introvertido ou extrovertido - são elementos bastante permanentes de nossa personalidade. Ainda assim, a nossa forma de "usar" nosso temperamento no dia-a-dia pode variar muito. Quando estamos atentos ao Espírito de Deus dentro de nós, gradualmente vamos aprendendo a colocar nosso temperamento a serviço de uma vida virtuosa. Então a cólera dá origem a um grande zelo pelo Reino, a fleuma ajuda a manter a estabilidade, mesmo em tempos de crise, introversão aprofunda o lado contemplativo, e extroversão incentiva o ministério criativo.

Vivamos com o nosso temperamento, como presentes que nos ajudam a aprofundar a nossa vida espiritual.

Uma janela para nossas vidas espirituais

27 de julho

Uma janela para nossas vidas espirituais

Mesmo que nossas vidas emocional e espiritual sejam distintas, elas influenciam-se mutuamente e profundamente. Nossos sentimentos, muitas vezes nos abrem uma janela em nossa jornada espirituais. Quando não conseguimos deixar o ciúme, podemos nos perguntar se estamos em contato com o Espírito em nós que clama: "Abba". Quando nos sentimos muito tranquilos e "centrados", podemos vir a perceber que este é um sinal de nossa consciência profunda de sermos muito amados.

Da mesma forma a nossa vida de oração, vivida como resposta de fé à presença do Espírito dentro de nós, pode abrir uma janela em nossas emoções, sentimentos e paixões e nos dar alguma indicação de como colocá-los a serviço da nossa longa jornada para o coração de Deus.

A Dinâmica da Vida Espiritual

26 de julho

A Dinâmica da Vida Espiritual

Nossas vidas emocionais e nossas vidas espirituais têm dinâmicas diferentes. Os altos e baixos de nossa vida emocional depende muito do nosso ambiente passado ou presente. Estamos felizes, tristes, irritados, entediados, animados, deprimidos, amorosos, solidários, com ódio, vingativos ou por causa do que aconteceu há muito tempo ou pelo que está acontecendo agora.

Os altos e baixos de nossas vidas espirituais dependem de nossa obediência - isto é, a nossa escuta atenta - aos movimentos do Espírito de Deus dentro de nós. Sem essa escuta a nossa vida espiritual, eventualmente, torna-se sujeita às ondas varridas pelo vento de nossas emoções.

Cavando nossos recursos espirituais

25 de julho

Cavando nossos recursos espirituais

Quando alguém nos machuca, nos ofende, nos ignora, ou nos rejeita, um protesto mais profundo emerge. Pode ser raiva ou depressão, desejos de vingança ou um impulso para prejudicar a nós mesmos. Podemos sentir uma profunda necessidade de ferir aqueles que nos feriram ou cair em um estado emocional suicida de auto-rejeição.

Embora essas reações extremas possam parecer excepcionais, elas nunca estão longe de nossos corações. Durante longas noites muitas vezes nos pegamos pensando sobre palavras e ações que poderiam ter sido usadas em resposta ao que os outros disseram ou fizeram para nós.

É precisamente aqui que temos que cavar fundo em nossos recursos espirituais e encontrar o centro dentro de nós, o centro que está além da nossa necessidade de magoar os outros ou a nós mesmos, onde somos livres para perdoar e amar.

Superando as oscilações nosso humor

24 de julho

Superando as oscilações nosso humor

Será que estamos condenados a ser vítimas passivas de nosso humor? Devemos simplesmente dizer: "Eu me sinto ótimo hoje" ou "Eu me sinto horrível hoje", e exigir que outros vivam com o nosso humor?

Embora seja muito difícil de controlar nosso humor, podemos superá-lo gradualmente, levando uma vida espiritual bem disciplinada. Isso pode nos impedir de agir de acordo com nosso humor. Pode ser que não "sentimos" bem de manhã, porque "sentimos" que a vida não vale a pena viver, que ninguém nos ama, e que nosso trabalho é chato. Mas se, de qualquer forma, nos levantamos, e passamos algum tempo lendo os Evangelhos, recitando os salmos, e agradecendo a Deus por um novo dia, nossos humores podem perder seu poder sobre nós.

O que sentimos não é quem somos

23 de julho

O que sentimos não é quem somos

Nossa vida emocional constantemente tem altos e baixos. Às vezes sentimos grandes alterações de humor: de excitação à depressão, da alegria à tristeza, da harmonia interior ao caos interior. Um pequeno acontecimento, uma palavra de alguém, uma decepção no trabalho, muitas coisas podem provocar tais alterações de humor. Na maioria das vezes temos pouco controle sobre essas mudanças. Parece que elas acontecem a nós ao invés de serem criadas por nós.

Assim, é importante saber que a nossa vida emocional não é o mesmo que nossa vida espiritual. Nossa vida espiritual é a vida do Espírito de Deus dentro de nós. Quando sentimos que nossas emoções oscilam devemos conectar o nosso espírito com o Espírito de Deus e lembrar que o que sentimos não é quem nós somos. Somos e permanecemos, qualquer que seja o nosso humor, filhos amados de Deus.

Construindo pontes entre as pessoas

22 de julho

Construindo pontes entre as pessoas

Tornar-se próximo é construir ponte entre as pessoas. Enquanto há distância entre nós e não podemos olhar nos olhos uns dos outros, surgem todos os tipos de falsas idéias e imagens. Nós damos-lhes nomes, fazemos piadas sobre eles, cobrimos com nossos preconceitos, e evitamos o contato direto. Pensamos neles como inimigos. Esquecemos que eles amam como nós amamos, cuidam de seus filhos como nós cuidamos dos nossos, adoecem e morrem como nós mesmos. Esquecemos que eles são nossos irmãos e irmãs, e os tratamos como objetos que podem ser destruídos à vontade.

Somente quando temos a coragem de atravessar a estrada e olhar nos olhos uns dos outros podemos ver que somos filhos do mesmo Deus e membros da mesma família humana.

Atravessando a estrada pelo outro

21 de julho

Atravessando a estrada pelo outro

Nós nos tornamos próximos quando estamos dispostos a atravessar a estrada pelo outro. Há muita separação e segregação: entre negros e brancos, entre gays e heterossexuais, entre os jovens e os velhos, entre as pessoas doentes e pessoas saudáveis, entre os prisioneiros e pessoas livres, entre judeus e gentios, muçulmanos e cristãos, protestantes e católicos, católicos gregos e católicos latinos.

Há muita estrada a atravessar. Estamos todos muito ocupados em nossos próprios círculos. Temos nosso próprio povo para atender e nossos próprios compromissos para cuidar. Mas se pudéssemos atravessar a estrada de vez em quando e prestar atenção ao que acontece do outro lado, poderíamos de fato nos tornar próximos.

Quem é meu próximo?

20 de julho

Quem é meu próximo?

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo" diz o Evangelho (Mateus 22:38). Mas quem é o meu próximo? Nós respondemos a essa pergunta dizendo: "Meus próximos são todas as pessoas com as quais estou vivendo nesta terra, especialmente os doentes, os famintos, moribundos, e todos os que estão em necessidade".

Mas não é isso que Jesus diz. Quando Jesus conta a história do bom samaritano (cf. Lc 10:29-37) para responder à pergunta "Quem é o meu próximo?" ele termina a perguntando: "Qual ... você acha, provou ser o próximo do homem que caiu nas mãos dos bandidos?" O próximo, Jesus deixa claro, não é o pobre homem deitado ao lado da estrada, despido, espancado e quase morto, mas é o samaritano que passou na estrada, "enfaixou suas feridas, derramando azeite e vinho sobre elas, .. . levantou-o em sua própria montaria e levou-o para uma hospedaria e cuidou dele". Meu próximo é aquele que passa na estrada por mim!

Reconhecendo Cristo nas comunidades que sofrem

19 de julho

Reconhecendo Cristo nas comunidades que sofrem

Comunidades, assim como indivíduos, sofrem. Em todo o mundo, há grandes grupos de pessoas que são perseguidas, maltratadas, vítimas de abusos e de crimes horrendos. Há famílias que sofrem, círculos de amigos que sofrem, comunidades religiosas que sofrem, grupos étnicos que sofrem, e nações que sofrem. Nestes corpos de pessoas que sofrem devemos ser capazes de reconhecer o Cristo que sofre. Eles também são escolhidos, abençoados e dados ao mundo.

Quando chamamos uns aos outros para reagir aos gritos dessas pessoas e trabalhamos juntos pela justiça e pela paz, nós estamos cuidando de Cristo, que sofreu e morreu para a salvação do nosso mundo.

O Corpo da Comunidade

17 de julho

O Corpo da Comunidade

Quando nos reunimos em torno da mesa e partimos o pão juntos, somos transformados, não só individualmente, mas também como comunidade. Nós, pessoas de diferentes idades e raças, com origens e histórias diferentes, nos tornamos um só corpo. Como diz Paulo: "Uma vez que há um único pão, nós, embora sendo muitos, formamos um só corpo, porque todos nós comungamos do mesmo pão." (1 Coríntios 10:17).

Não apenas como indivíduos mas também como comunidade, nos tornamos o Cristo vivo, tomados, abençoados, e dados ao mundo. Como um só corpo, nos tornamos uma testemunha viva do imenso desejo de Deus de trazer todos os povos e nações juntos como uma única família de Deus.

Tornar-se o Cristo Vivo

17 de julho

Tornar-se o Cristo Vivo

Sempre que nos reunimos em torno da mesa, tomamos o pão, abençoamos, partimos, e damos um ao outro dizendo: "O Corpo de Cristo", sabemos que Jesus está entre nós. Ele está entre nós, não como uma vaga lembrança de uma pessoa que viveu há muito tempo mas como uma presença real e vivificante que nos transforma. Ao comer o Corpo de Cristo, tornamo-nos o Cristo vivo e somos capazes de descobrir que somos escolhidos e abençoados, de reconhecer a nossa fragilidade (ser partidos), e de confiar que todos nós que vivemos, vivemos para os outros. Assim, nós, como o próprio Jesus, nos tornamos alimento para o mundo.

Ser dado

16 de julho

Ser dado

Jesus é dado para o mundo. Ele foi escolhido, abençoado e partido para ser dado. A vida e a morte de Jesus foram a vida e a morte para os outros. O Filho Amado de Deus, escolhido desde toda a eternidade, foi quebrado na cruz, para que esta vida pudesse se multiplicar e se tornar alimento para pessoas de todos os lugares e em todos os tempos.

Como filhos amados de Deus, temos que confiar que nossas pequenas vidas, quando vividas como filhos escolhidos e abençoados de Deus, são partidas para serem dadas a outros. Nós também temos que nos tornar pão para o mundo. Quando somos abençoados e partidos, nossas vidas continuarão a dar frutos de geração em geração. Essa é a história dos santos - eles morreram, mas eles continuam vivos nos corações dos que vivem depois deles - e isso pode ser a nossa história também.

Ser partido

15 de julho

Ser partido

Jesus foi partido na cruz. Ele viveu o seu sofrimento e a morte não como um mal a evitar a todo custo, mas como uma missão para abraçar. Nós também somos partidos. Nós vivemos com corpos partidos, corações partidos, mentes partidas ou espíritos partidos. Nós sofremos com relacionamentos partidos.

Como podemos viver a nossa fragilidade (o ser partidos)? Jesus convida-nos a abraçar nossa fragilidade como ele abraçou a cruz e vivê-la como parte de nossa missão. Ele nos pede para não rejeitar nossa fragilidade como uma maldição de Deus que nos lembra de nossa pecaminosidade, mas para aceitá-la e colocá-lo sob a bênção de Deus para a nossa purificação e santificação. Assim nossa fragilidade (o ser partidos) pode se tornar uma abertura para uma nova vida.

Ser abençoado

14 de julho

Ser abençoado

Jesus é o Abençoado. Quando Jesus foi batizado no rio Jordão veio uma voz do céu dizendo: "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição." (Marcos 1:11). Esta foi a bênção que sustentou Jesus durante sua vida. Em tudo o que aconteceu com ele - elogio ou acusação - ele se agarrou à sua bênção, ele sempre se lembrava que ele era o filho favorito de Deus.

Jesus veio ao mundo para compartilhar essa bênção com a gente. Ele veio para abrir nossos ouvidos para a voz que também nos diz: "Tu és meu filho amado, você é minha amada filha, o meu favor repousa sobre você." Quando podemos ouvir essa voz, confiar nela, e sempre lembrar dela, especialmente durante tempos difíceis, podemos viver nossas vidas como filhos abençoados por Deus e encontrar a força para compartilhar essa bênção com outras pessoas.

Ser escolhido

13 de julho
 
Ser escolhido


Jesus é tomado por Deus, ou melhor, escolhido por Deus. Jesus é o Escolhido. Desde toda a eternidade Deus escolheu seu Filho precioso para se tornar o salvador do mundo. Ser escolhido exprime uma relação especial, é ser conhecido e amado de uma forma única, singular. Em nossa sociedade ser escolhido sempre implica que outros não são escolhidos. Mas isso não é verdade para Deus. Deus escolhe o seu Filho para nos revelar a nossa escolha.

No Reino de Deus não há competição ou rivalidade. O Filho de Deus compartilha sua eleição com a gente. No Reino de Deus cada pessoa é preciosa e única, e cada pessoa recebeu olhos para ver a eleição dos outros e alegrar-se nela.

Tornando-se alimento para o mundo

12 de julho

Tornando-se alimento para o mundo

Quando Jesus tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, ele resumiu nestes gestos sua própria vida. Jesus é escolhido desde toda a eternidade, abençoado em seu batismo no rio Jordão, partido na cruz, e dado como pão para o mundo. Ser escolhido, abençoado, partido e dado é a jornada sagrada do Filho de Deus, Jesus o Cristo.

Quando tomamos o pão, o abençoamos, o partimos, e o damos com as palavras "Este é o Corpo de Cristo", expressamos o nosso compromisso de fazer nossas vidas em conformidade com a vida de Cristo. Nós também queremos viver como pessoas escolhidas, abençoadas e partidas, e, assim, nos tornarmos alimento para o mundo.

Tempo para receber e tempo para dar

11 de julho
 
Tempo para receber e tempo para dar


É importante saber quando podemos dar a atenção e quando precisamos de atenção. Muitas vezes estamos inclinados a dar, dar e dar, sem nunca pedir nada em troca. Podemos pensar que este é um sinal de heroísmo ou até mesmo generosidade. Mas é provável que não passe de uma atitude orgulho que diz: "Eu não preciso de ajuda de outras pessoas eu só quero dar." Quando nós continuamos dando sem receber nós nos consumimos rapidamente. Somente quando prestamos muita atenção às nossas próprias necessidades físicas, emocionais, mentais e espirituais que podemos ser, e permanecer, doadores alegres.

Há um tempo para dar e um tempo para receber. Precisamos de tempo igual para ambos, se queremos viver uma vida saudável.

Ouvir com as nossas feridas

10 de julho

Ouvir com as nossas feridas

Entrar em solidariedade com uma pessoa que sofre não significa que nós temos que falar com essa pessoa sobre o nosso próprio sofrimento. Falar sobre a nossa própria dor raramente é útil para alguém que está com dor. Um curador ferido é alguém que pode ouvir uma pessoa com dor, sem ter que falar sobre as suas próprias feridas. 

Quando passamos por uma depressão dolorosa, podemos ouvir com grande atenção e amor a um amigo deprimido, sem mencionar nossa experiência. Geralmente, é melhor não dirigir a atenção de uma pessoa que sofre para nós mesmos. Temos que confiar que os nossos próprios ferimentos já tratados nos permitirão ouvir os outros com nosso ser inteiro. Isso é a cura.

Tratando nossas próprias feridas primeiro

09 de julho

Tratando nossas próprias feridas primeiro

Nossa experiência com a solidão, depressão e medo podem se tornar um dom para os outros, especialmente quando recebemos bons cuidados. Enquanto nossas feridas estão abertas e sangrando, nós assustamos os outros. Mas depois que alguém cuidou bem de nossas feridas, elas já não nos assustam nem aos outros.

Quando experimentamos a presença de cura de outra pessoa, podemos descobrir os nossos próprios dons de cura. Então as nossas feridas nos permitem entrar em uma profunda solidariedade com nossos irmãos e irmãs feridos.

Os feridos que curam

08 de julho
 
Os feridos que curam
 
Ninguém escapa de ser ferido. Nós todos somos pessoas feridas, quer fisicamente, emocionalmente, mentalmente ou espiritualmente. A questão principal não é "Como podemos esconder nossas feridas?", assim não temos de nos sentir envergonhados, mas "Como podemos colocar nossas feridas a serviço dos outros?". Quando nossas feridas deixam de ser uma fonte de vergonha, e passam a ser uma fonte de cura, nós nos tornamos pessoas feridas que curam.
 
Jesus é curador ferido de Deus: pelas suas feridas fomos curados. O sofrimento e a morte de Jesus trouxeram alegria e vida. Sua humilhação trouxe glória; sua rejeição trouxe uma comunidade de amor. Como seguidores de Jesus que também podemos permitir que as nossas feridas tragam cura para os outros.

Como o tempo cura

07 de julho

Como o tempo cura

"O tempo cura", as pessoas costumam dizer. Isso não é verdade quando isso significa que acabará por se esquecer as feridas que abriram em nós e seremos capazes de viver como se nada tivesse acontecido. Isso não é realmente a cura, mas é simplesmente ignorar a realidade. 

Mas quando a expressão "o tempo cura" significa que a fidelidade em um relacionamento difícil pode nos levar a uma compreensão mais profunda das formas que nos machucamos uns aos outros, então há muita verdade nisso. "O tempo cura" implica não esperar passivamente, mas trabalhar ativamente com a nossa dor e confiar na possibilidade do perdão e da reconciliação.

Além da inveja

06 de julho

Além da inveja


A inveja surge facilmente em nossos corações. Na parábola do filho pródigo, o filho mais velho tem inveja porque seu irmão mais novo recebe um acolhimento digno de rei apesar de ele e suas mulheres fáceis terem devorado os bens de seu pai (Lucas 15:30). E na parábola dos trabalhadores da vinha, os trabalhadores que trabalharam o dia inteiro têm inveja daqueles que vieram na undécima hora receber a mesma remuneração que eles receberam (ver Mateus 20:1-16). Mas o pai diz ao filho mais velho: "Você está sempre comigo e tudo o que tenho é teu" (Lucas 15:31). E o proprietário diz: "Por que você está com inveja porque sou generoso?" (Mateus 20:15).

Quando nós verdadeiramente apreciamos a generosidade ilimitada de Deus, seremos gratos por aquilo que os nossos irmãos e irmãs recebem. Inveja simplesmente não têm lugar em nossos corações.

Um amor tanto de pai como de mãe

05 de julho

Um amor tanto de pai como de mãe


O pai na história do filho pródigo é mãe também. Seu esvaziamento para acolher o seu filho, seus abraços e beijos, sua oferta da melhor roupa, o anel e as sandálias, e a preparação de uma festa, não são o comportamento típico de um patriarca distante. Eles expressam tanta ternura, carinho, cuidado e perdão despretencioso que neles vemos ambos o amor maternal e paternal, plenamente presentes.

O amor perfeito de nosso Pai celestial inclui, e mesmo ultrapassa, todo o amor que um pai e uma mãe possa ter para com os seus filhos. Podemos pensar sobre as duas mãos de Deus, abraçando-nos com uma mão materna e com uma mão paterna: uma acaricia, consola, conforta e a outra apoia, incentiva e capacita. Nós também somos chamados a ser pai e mãe para aqueles que querem voltar para casa.

As lágrimas do Pai


04 de julho

As lágrimas do Pai


O pai da história do filho pródigo sofreu muito. Ele viu o seu filho mais novo partir, sabendo das decepções, rejeições e abusos que enfrentaria. Ele viu seu filho mais velho tornar-se irritado e amargo, e foi incapaz de oferecer-lhe carinho e apoio. Uma grande parte da vida do pai foi ficar esperando. Ele não pode forçar seu filho mais novo para voltar para casa ou o seu filho mais velho a deixar os seus ressentimentos. Só eles mesmos poderiam tomar a iniciativa de retornar.

Durante estes longos anos de espera o pai chorou muitas lágrimas e morreu muitas mortes. Ele foi esvaziado pelo sofrimento. Mas o vazio criou um lugar de boas vindas para seus filhos quando o tempo de seu retorno veio. Somos chamados a nos tornar como esse pai.

Acolhendo em casa

03 de julho

Acolhendo em casa

Como é que vamos receber em casa os nossos irmãos e irmãs perdidos? Correndo para eles, abraçando-os, e beijando-os. Vestindo-os com as melhores roupas que temos e tornando-os nossos convidados de honra. Oferecendo lhes o melhor alimento e convidando amigos e familiares para uma festa. E, o mais importante de tudo, não pedindo justificativas ou explicações, mas apenas mostrando a nossa imensa alegria por eles estarem conosco novamente. (Ver Lucas 15:20-24).

Isso é ser perfeito como nosso Pai celeste é perfeito. É perdoar com o coração, sem um traço de recriminação, hipocrisia, ou mesmo curiosidade. O passado é apagado. O que conta é o aqui e agora, onde tudo o que enche os nossos corações é a gratidão pela volta ao lar de nossos irmãos e irmãs.

Tornando-nos pais e mães

02 de julho

Tornando-nos pais e mães

O que vamos fazer quando chegarmos em casa? Quando os dois filhos da parábola do filho pródigo regressaram ao seu pai, o que acontece então? A resposta é simples: eles têm de se tornar pais. Filhos têm de se tornar pais, filhas têm de se tornar mães. Ser filhos de Deus envolve crescer e tornar-se semelhante a Deus. Jesus não hesita em dizer isto: "Sede perfeitos assim como vosso Pai celeste é perfeito, sede misericordiosos como também o vosso Pai celeste é misericordioso". (Veja Mateus 5:48 e Lucas 6:36). Como? Acolhendo bem os nossos irmãos e irmãs que se perderam, da mesma forma que nosso Pai nos recebeu em casa.

A viagem de toda uma vida

01 de julho

A viagem de toda uma vida

Ir para casa é uma viagem de toda uma vida. Há sempre partes de nós mesmos que vagueiam na dissipação ou ficam presas em ressentimentos. Antes de nos dar conta estamos perdidos em fantasias sensuais ou ruminações de raiva. Nossos sonhos noturnos e devaneios frequentemente nos fazem lembrar de que estamos perdidos.

As disciplinas espirituais como orar, jejuar e vigiar são meios de nos ajudar a voltar para casa. À medida que caminhamos para casa, muitas vezes percebemos o quão longo é o caminho. Mas não vamos desanimar. Jesus caminha conosco e nos fala no caminho. Quando escutamos com cuidado, descobrimos que já estamos em casa, embora ainda a caminho.