Viajar com os olhos de Deus

Sábado 31 de março 2012

Viajar com os olhos de Deus

Viajar - ver novas paisagens, ouvir música nova e conhecer pessoas diferentes - é estimulante e divertido. Todavia, quando não temos uma casa para regressar onde nos perguntariam “como foi sua viagem?”, podemos nos sentir menos ansiosos para partir. Viajar é prazeroso quando viajamos com os olhos e ouvidos daqueles que nos amam, que querem ver nossas fotos e ouvir nossas histórias.
Isso é o que significa a vida. Ser enviado numa viagem por um Deus amoroso, que espera em casa por nosso retorno e está ansioso para ver nossas fotos e ter notícias dos amigos que fizemos. Quando viajarmos com os olhos e os ouvidos de Deus que nos enviou, veremos paisagens maravilhosas, ouviremos sons maravilhosos, conheceremos pessoas maravilhosas... e estaremos felizes por voltar para casa.

Sorrisos que quebram lágrimas

Sexta-feira 30 março de 2012

Sorrisos que quebram lágrimas

Morrer é uma gradual diminuição e um esvaecimento no horizonte da vida. Quando vemos um veleiro deixar o porto e se mover em direção ao horizonte, torna-se menor e menor até que não podemos mais vê-lo. Mas devemos confiar que alguém está de pé em uma praia distante vendo o mesmo veleiro tornar-se maior e maior até atingir o novo porto.

A morte é uma perda dolorosa. Quando voltamos para nossas casas depois de um funeral, nossos corações estão em luto. Mas quando pensamos n'Aquele que está em pé na outra margem esperando ansiosamente para dar boas-vindas ao nosso querido amigo para um novo lar, um sorriso pode quebrar as nossas lágrimas.

O outono da vida

Quinta-feira 29 de março de 2012

O outono da vida


As folhas de outono podem deslumbrar-nos com as suas cores magníficas: vermelho escuro, roxo, amarelo, bronze, ouro, em inúmeras variações e combinações. Então, pouco depois de terem mostrado sua beleza indescritível, elas caem no chão e morrem. As árvores secas nos lembram que o inverno está próximo. Da mesma forma, o outono da vida tem o potencial de ser muito colorido: sabedoria, cuidado, humor, paciência e alegria podem desabrochar esplendidamente pouco antes de cairmos no chão e morrer.

Ao olharmos as árvores secas e lembrarmos dos que morreram, sejamos gratos pela beleza que vimos neles e aguardemos, cheios de esperança, por uma nova primavera.

Onde lamento e dança se tocam

Quarta-feira 28 mar 2012

Onde lamento e dança se tocam

"[Há] um tempo para gemer, e um tempo para dançar" (Eclesiastes 3:4). Mas lamento e dança nunca são totalmente separados. Seus "tempos" não necessariamente seguem um ao outro. Na verdade, os seus "tempos" podem se tornar um só. O luto pode se transformar em dança e dança em luto sem mostrar um ponto claro onde um termina e outro começa.

Muitas vezes o nosso sofrimento nos permite coreografar a nossa dança, enquanto a nossa dança cria o espaço para nossa dor. Nós perdemos um amigo querido, e no meio de nossas lágrimas, descobrimos uma alegria desconhecida. Nós celebramos um sucesso, e no meio da festa sentimos profunda tristeza. Luto e dança, dor e tristeza, riso e alegria - eles pertencem um ao outro como o palhaço de rosto triste e o palhaço de rosto feliz, que nos fazem tanto rir como chorar. Vamos confiar que a beleza de nossas vidas torna-se visível no ponto onde pranto e dança se tocam.

Vivendo com fé em um mundo ambíguo

Terça-feira 27 março, 2012

Vivendo com fé em um mundo ambíguo

Nossos corações e mentes desejam clareza. Nós gostamos de ter um quadro nítido de uma situação, uma visão clara de como as coisas se encaixam, e uma percepção clara tanto para os nossos próprios como para os problemas do mundo. Mas, assim como na natureza cores e formas se misturam sem distinções bem definidas, a vida humana não oferece a clareza que estamos procurando. As fronteiras entre amor e ódio, bem e mal, beleza e feiúra, heroísmo e covardia, cuidado e negligência, culpa e inocência, são, na sua maioria, ambíguas e difíceis de discernir.

Não é fácil viver com fé em um mundo cheio de ambiguidades. Temos de aprender a fazer escolhas sábias sem a necessidade de estar totalmente seguros.

Tornando-se amigos dos nossos filhos

Segunda-feira 26 de março de 2012

Tornando-se amigos dos nossos filhos

Pais e mães podem se tornar amigos de seus filhos? Muitos filhos deixam seus pais para encontrar a liberdade e independência e voltam a eles apenas ocasionalmente. Quando eles retornam, muitas vezes se sentem como crianças novamente e, por isso, não querem ficar muito tempo. Muitos pais se preocupam com o bem-estar de seus filhos depois que saem de casa. Quando eles os visitam querem ser pais zelosos novamente.

Mas uma mãe também pode se tornar a filha de sua filha e um pai o filho de seu filho. Uma mãe pode tornar-se a filha de seu filho e um pai o filho de sua filha. Pai e mãe se tornam irmão e irmã de seus próprios filhos, e todos eles podem se tornar amigos. Isso não acontece frequentemente, mas quando acontece é tão bonito de ver como o nascer de um novo dia.

O toque de cura

Domingo 25 de março de 2012

O toque de cura

O toque, sim, o toque fala as palavras "sem palavras" do amor. Nós recebemos tantos toques quando somos bebês e tão pouco quando somos adultos. Ainda assim, na amizade o toque muitas vezes dá mais vida do que palavras. Mão de um amigo acariciando as costas, o braço de um amigo que descansa em nosso ombro, os dedos de um amigo que limpam nossas lágrimas, os lábios de um amigo beijando nossa testa... são verdadeiro consolo. Estes momentos de contato são verdadeiramente sagrados. Eles restauram, eles reconciliam, eles tranquilizam, eles perdoam, eles curam.

Todo mundo que tocou Jesus e todos a quem Jesus tocou foram curados. O amor de Deus e poder saiu dele (cf. Lc 6:19). Quando um amigo nos toca com amor gratuito e não-possessivo, é o amor encarnado de Deus que nos toca e poder de Deus que nos cura.

Amizade nas penumbras do nosso coração


Sábado 24 mar 2012

Amizade nas penumbras do nosso coração

Há uma zona de penumbra em nossos corações que nós mesmos não podemos ver. Mesmo quando sabemos muito sobre nós mesmos - nossos dons e fraquezas, nossas ambições e aspirações, nossas razões e motivações - grandes regiões de nós mesmos permanecem na sombra da consciência.

Isso é uma coisa muito boa. Nós sempre estaremos parcialmente escondidos para nós mesmos. Outras pessoas, especialmente aqueles que nos amam, muitas vezes vêem nossa penumbra melhor do que nós mesmos. O modo como somos vistos e entendidos pelos outros é diferente da forma como vemos e entendemos a nós mesmos. Nós nunca vamos conhecer plenamente o significado de nossa presença na vida dos nossos amigos. Isso é uma graça, uma graça que não só nos chama à humildade, mas também a uma profunda confiança em quem nos ama. É nas regiões crepusculares de nossos corações que  nascem verdadeiras amizades.

Compartilhando nossa solidão


Sexta-feira 23 março de 2012

Compartilhando nossa solidão


Um amigo é mais do que um terapeuta ou um confessor;  um amigo pode até mesmo nos curar e nos oferecer o perdão de Deus.


Um amigo é aquela pessoa com quem podemos partilhar a nossa solidão, nosso silêncio e nossa oração. Um amigo é aquela pessoa com quem podemos olhar para uma árvore e dizer: "Não é linda?", ou sentar na praia e, silenciosamente, ver o sol desaparecer no horizonte. Com um amigo não temos que dizer ou fazer algo especial. Com um amigo, podemos ficar quietos e saber que Deus está conosco.

Os caminhos para a auto-conhecimento


Quinta-feira 22 março, 2012

Os caminhos para a auto-conhecimento

"Conhece-te a ti mesmo" é um bom conselho. Mas, conhecer a nós mesmos não significa analisar a nós mesmos. Às vezes queremos conhecer a nós mesmos como se fôssemos máquinas que podem ser desmontadas e remontadas à vontade. Em certos momentos críticos em nossas vidas pode ser útil investigar em detalhes os acontecimentos que nos conduziram à crise, mas cometemos um erro quando pensamos que podemos sempre entender completamente a nós mesmos e explicar o significado completo de nossas vidas para os outros.

Solidão, silêncio e oração são muitas vezes os melhores meios de auto-conhecimento. Não porque eles oferecem soluções para a complexidade de nossas vidas, mas porque eles nos fazem entrar em contato com nosso centro sagrado, onde Deus habita. Esse centro sagrado talvez não possa ser analisado​​. É lugar de adoração, agradecimento e louvor.

Afirmar a sacralidade do nosso ser



Quarta-feira 21 março de 2012

Afirmar a sacralidade do nosso ser

Somos amigos de nós mesmos? Amamos o que somos? Estas são perguntas importantes, porque não podemos desenvolver boas amizades com os outros a menos que tenhamos amizade com nós mesmos.

Como então fazer amizade com nós mesmos? Temos de começar por reconhecer a verdade de nós mesmos. Nós somos bonitos, mas também limitados, ricos, mas também pobres, generosos, mas também preocupados com nossa segurança. No entanto, além de tudo isso somos pessoas com almas, centelhas do divino. Reconhecer  a verdade de nós mesmos é afirmar a sacralidade do nosso ser, sem compreender totalmente isso. Nosso ser mais profundo escapa à nossa própria compreensão mental ou emocional. Mas quando confiamos que nossa alma é abraçada por um Deus amoroso, nós podemos fazer amizade com nós mesmos e alcançar outros em relacionamentos de amor.

Um lugar tranquilo no "mercado"

Terça-feira março 20, 2012

Um lugar tranquilo no "mercado"

"Aquiete-se e reconheça que eu sou Deus" (Salmo 46:10). Estas são palavras para levar conosco em nossas vidas ocupadas. Podemos pensar sobre o silêncio, em contraste com o nosso mundo barulhento. Mas talvez possamos ir mais longe e manter uma quietude interior, mesmo quando tocamos um negócio, ensinamos, trabalhamos na construção civil, fazemos música, ou organizamos reuniões.

É importante manter um lugar tranquilo no "mercado". Este lugar quieto é o lugar onde Deus pode habitar e falar conosco. É também o lugar de onde podemos falar de uma forma que cura todas as pessoas que encontramos em nossos dias agitados. Sem esse espaço de quietude ficamos dando voltas. Tornamo-nos pessoas impulsivas, correndo por todo o lugar sem muita direção. Mas com essa quietude Deus pode ser o nosso guia gentil em tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos.

O valor infinito da vida


Segunda-feira 19 de março de 2012

O valor infinito da vida

Algumas pessoas vivem vidas longas, alguns morrem muito jovens. Uma vida longa é melhor do que uma vida curta? O que realmente importa não é a duração de nossas vidas, mas a sua qualidade. Jesus estava nos seus trinta e poucos anos quando foi morto. Teresa de Lisieux estava em seus vinte e poucos anos quando ela morreu. Anne Frank era adolescente quando perdeu a vida. Mas as suas breves vidas continuam a produzir frutos muito tempo depois de suas mortes.

A vida longa é uma bênção quando é bem vivida e leva à gratidão, à santidade, e à sabedoria. No entanto algumas pessoas podem viver uma vida verdadeiramente plena, mesmo quando são poucos os seus anos. Como vemos tantos jovens morrer de câncer e AIDS, vamos fazer todo o possível para mostrar aos nossos amigos que, embora suas vidas sejam breves, elas são de infinito valor.



N.T. Henri Jozef Machiel Nouwen viveu 64 anos, foi um católico holandês, teólogo, padre e escritor, foi autor de 40 livros sobre vida espiritual. Trabalhou na Universidade de Harvard, na Universidade de Yale e no Seminário Teológico de Ontário, Canadá. Seus livros foram traduzidos em mais de 20 idiomas e venderam mais de 2 milhões de cópias. 

Reunidos em pobreza


Domingo 18 março de 2012

Reunidos em pobreza

Existem muitas formas de pobreza: a pobreza econômica, a pobreza física, a pobreza emocional, pobreza mental, e a pobreza espiritual. Enquanto nos relacionarmos uns com os outros principalmente na riqueza, saúde, estabilidade, inteligência e vigor espiritual, não podemos desenvolver uma verdadeira comunidade. Comunidade não é um show de talentos em que deslumbramos o mundo com a nossa combinação de dons. Comunidade é o lugar onde a nossa pobreza é reconhecida e aceita, não como algo que temos de aprender a lidar da melhor forma possível, mas como uma verdadeira fonte de vida nova.

Vida em comunidade, sob qualquer forma - família, paróquia, programa dos doze passos ou comunidade intencional - nos desafia a nos reunir em nossa pobreza, acreditando que lá podemos revelar a nossa riqueza.

Não quebrar os caniços rachados


Sábado 17 de marco de 2012


Não quebrar os caniços rachados


Alguns de nós tem a tendência de eliminar as coisas que estão levemente danificadas. Em vez de consertá-las, dizemos: "Bem, eu não tenho tempo para consertar isso, eu poderia muito bem jogá-lo na lata de lixo e comprar um novo." Frequentemente nós também tratamos as pessoas dessa maneira. 
Nós dizemos: "Bem, ele tem um problema com a bebida; bem, ela é muito deprimida; bem, eles administraram mal os seus negócios ... É melhor não correr o risco de se envolver com eles." Quando descartamos as pessoas de imediato por causa de seu ferimento aparente, nós tolhemos suas vidas, ignoramos os seus dons, que estão quase sempre escondidas sob suas feridas.


Nós todos somos caniços rachados, estejam nossos hematomas e rachaduras visíveis ou não. A vida de compaixão é a vida em que nós acreditamos que a força está escondida na fraqueza e que a verdadeira comunidade é a irmandade dos fracos.

A Virtude da Flexibilidade


Sexta-feira 16 de março de 2012

A Virtude da Flexibilidade

As árvores parecem fortes se comparadas com bambus. Mas quando a tempestade vem as árvores são arrancadas, enquanto as bambus, embora balancem de um lado para outro com o vento, permanecem enraizados e estão de pé novamente quando a tempestade se acalma.

A flexibilidade é uma grande virtude. Quando nos apegamos às nossas próprias posições e não estão dispostos a deixar que nossos corações se movam para trás e para frente um pouco pelas idéias ou ações dos outros, podemos ser facilmente quebrados. Ser assim como os bambus não significa ser hesitante, fraco. Significa mover-se um pouco com os ventos do tempo enquanto permanece solidamente ancorado no chão. Uma rigidez sem humor, intensa, opiniosa sobre assuntos atuais poderia nos levar ao desânimo e à amargura. Sejamos flexíveis, ainda que profundamente enraizados.

Um honesto "Estar-com"


Quinta-feira 15 de março de 2012

Um honesto "Estar-com"

Estar com um amigo em uma grande dor não é fácil. Isso nos incomoda. Nós não sabemos o que fazer ou o que dizer, e nós ainda nos preocupamos sobre como responder ao que ouvimos. Nossa tentação é dizer coisas que vêm mais do nosso próprio medo do que do nosso cuidado para a pessoa que sofre. Às vezes dizemos coisas como: "Bem, você está muito melhor do que ontem", ou "Você logo voltará a ser você mesmo", ou "Tenho certeza que você vai superar isso." Mas muitas vezes nós sabemos que o que estamos dizendo não é verdade, e nossos amigos também o sabem.

Nós não temos que  nos enganar. Podemos simplesmente dizer: "Eu sou seu amigo, eu estou feliz por estar com você." Podemos dizer em palavras ou com o toque ou com amor e silêncio. Às vezes é bom dizer: "Você não precisa falar Apenas feche seus olhos, eu estou aqui com você, pensando em você, rezando por você, amando você."

Trazendo o Espírito através da partida


Quarta-feira 14 de marco, 2012

Trazendo o Espírito através da partida

Muitas vezes é em nossa ausência que o Espírito de Deus se manifesta. Quando Jesus deixou aos seus discípulos, disse: "É para seu próprio bem que estou indo, porque se eu não for, o Paráclito [o Espírito] não virá a vós. No entanto, quando o Espírito da verdade vier, ele vai levar vocês para a verdade completa "(João 16: 7; 13). Foi somente na ausência de Jesus que seus amigos descobriram o significado completo de sua presença. Foi só na sua ausência que eles entenderam plenamente as suas palavras e experientaram plena comunhão com ele, e foi somente em sua ausência que eles puderam se reunir em uma comunidade de fé, esperança e amor.

Quando afirmamos que vamos aos nossos amigos em Nome de Jesus - que através de nós, Jesus se torna presente a eles - podemos confiar que nossa partida também irá trazer-lhes o Espírito de Jesus. Assim, não só a nossa presença, mas também a nossa ausência se torna dom para os outros.

Ausência que cria presença


Terça-feira 13 de março de 2012

Ausência que cria presença

É bom visitar as pessoas que estão doentes, morrendo, terminais, deficientes, ou solitários. Mas também é importante não se sentir culpado quando nossas visitas têm que ser curtas ou possam acontecer apenas ocasionalmente. Muitas vezes ficamos nos desculpando tanto por nossas limitações que as nossas desculpas nos impedem de realmente estar com o outro durante a visita . Pouco tempo totalmente presente com uma pessoa doente é muito melhor do que um longo tempo com muitas explicações sobre por que estamos ocupados demais para vir mais vezes.

Se somos capazes de estar totalmente presentes para os nossos amigos quando estamos com eles, nossa ausência também vai produzir muitos frutos. Nossos amigos vão dizer: "Ele me visitou" ou "Ela me visitou", e descobrir na nossa ausência a graça duradoura da nossa presença.

O Espírito de Jesus ouvindo em nós


Segunda-feira 12 março de 2012

O Espírito de Jesus ouvindo em nós

Ouvir na vida espiritual é muito mais do que uma estratégia psicológica para ajudar o outro a descobrir-se. Na vida espiritual o ouvinte não é o ego, que gostaria de falar, mas é treinado para conter-se, mas é o Espírito de Deus dentro de nós. Quando somos batizados no Espírito - isto é, quando nós recebemos o Espírito de Jesus como o sopro da respiração de Deus dentro de nós - o Espírito cria em nós um espaço sagrado onde os outros podem ser recebidos e ouvidos. O Espírito de Jesus reza em nós e em nós ouve a todos os que vêm até nós com os seus sofrimentos e dores.

Quando nos atrevemos a confiar plenamente no poder do Espírito de Deus ouvindo em nós, vamos ver que a verdadeira cura ocorre.

Ouvir como Hospitalidade Espiritual


Domingo 11 de março de 2012

Ouvir como Hospitalidade Espiritual

Ouvir é muito difícil, porque exige de nós muita estabilidade interior que não necessitamos demonstrar a nós mesmos nos discursos, argumentos, afirmações ou declarações. Os ouvintes verdadeiros já não têm uma necessidade interior de fazerem sua presença conhecida. Eles estão livres para receber, acolher, aceitar.

Ouvir é muito mais do que permitir que outro fale enquanto aguarda uma chance de responder. Ouvir é prestar total atenção aos outros e acolhê-los em nossos próprios seres. A beleza de ouvir é que, aqueles que são ouvidos começam a se sentirem aceitos, começam a tomar as suas palavras mais a sério e descobrem seu verdadeiro eu. Ouvir é uma forma de hospitalidade espiritual pela qual você convida estranhos para se tornarem amigos, para conhecerem seu eu interior mais plenamente, e até mesmo para ousarem ficar em silêncio com você.

Nosso chamado único


Sábado 10 de março de 2012


Nosso chamado único


Tantas coisas terríveis acontecem a cada dia que começar a questionar se as poucas coisas que fazemos a nós mesmos fazem qualquer sentido. Quando as pessoas estão passando fome a somente alguns milhares de quilômetros de distância, quando as guerras são ferozes perto de nossas fronteiras, quando inúmeras pessoas em nossas próprias cidades não têm casa para morar, as nossas próprias atividades parecem fúteis. Tais considerações, entretanto, podem nos paralisar e nos deprimir.


Aqui a palavra "chamado" torna-se importante. Nós não somos chamados para salvar o mundo, resolver todos os problemas e ajudar todas as pessoas. Mas cada um de nós temos nosso próprio e único chamado, em nossas famílias, em nosso trabalho, em nosso mundo. Temos que continuar pedindo a Deus para nos ajudar a ver claramente qual é nosso chamado e dar-nos a força para viver esse chamado com confiança. Então, vamos descobrir que nossa fidelidade a uma pequena tarefa é a melhor resposta para curar as doenças do nosso tempo.

Liberdade do julgar, liberdade para Misericórdia


Sexta-feira 9 de março, 2012

Liberdade do julgar, liberdade para Misericórdia

Gastamos uma enorme quantidade da energia das nossas mentes com outras pessoas. Não passa um dia sem que alguém faça ou diga algo que evoca em nós a necessidade de formar uma opinião sobre ele ou ela. Ouvimos muita coisa, vemos um monte, e sabemos muito. O sentimento de que temos de resolver tudo isso em nossas mentes e fazer julgamentos pode ser bastante opressivo.

Os padres do deserto diziam que julgar os outros é um fardo pesado, enquanto ser julgado pelos outros é uma luz. Quando conseguimos abandonar a nossa necessidade de julgar os outros, vamos experimentar uma imensa liberdade interior. Uma vez que estivermos livres de julgamento, seremos também livres para a misericórdia. Vamos lembrar das palavras de Jesus: "Não julgueis, e não sereis julgados" (Mateus 7:1).

Rumo a uma vida sem julgamento


Quinta-feira 08 março de 2012

Rumo a uma vida sem julgamento

Uma das tarefas espirituais mais difíceis é viver sem preconceitos. Às vezes nós nem sequer estamos conscientes quão profundamente enraizados são os nossos preconceitos. Talvez pensemos que nos relacionamos em pé de igualdade com pessoas que são diferentes de nós em cor, religião, orientação sexual ou estilo de vida, mas as situações concretas, os nossos pensamentos espontâneos, as palavras sem censura, e as reações instintivas ("patadas") muitas vezes revelam que nossos preconceitos ainda estão lá.

Estranhos, pessoas diferentes de nós, despertam medo, desconforto, desconfiança e hostilidade. Elas nos fazem perder o senso de segurança apenas por ser "outro". Somente quando estamos plenamente afirmados que Deus nos ama de forma incondicional e olhamos para "essas outras pessoas" como igualmente amadas é que podemos começar a descobrir que a grande variedade nos seres humanos é uma expressão da imensa riqueza do coração de Deus. Em seguida, a necessidade de pré-conceituar as pessoas pode desaparecer gradualmente.

O grande dom da paternidade


Quarta-feira 7 de março de 2012

O grande dom da paternidade

Os filhos são hóspedes de seus pais. Eles vêm para o espaço que foi criado para eles, permanecem por um tempo - quinze, vinte ou vinte e cinco anos - e partem novamente para criar seu próprio espaço. Embora os pais falem "nosso filho" e "nossa filha", seus filhos não são suas propriedades. Em muitos aspectos os filhos são desconhecidos, estranhos. Os pais têm que vir a conhecê-los, descobrir seus pontos fortes e suas fraquezas, e guiá-los até a maturidade, permitindo-lhes tomar suas próprias decisões.

O maior presente os pais podem dar aos seus filhos é o seu amor por cada um. Através desse amor, eles criam um lugar livre de ansiedade para os seus filhos crescerem, incentivando-os a desenvolver a confiança em si mesmos e a encontrar a liberdade de escolher seus próprios caminhos na vida.

Verdadeira hospitalidade


Terça-feira 06 de marco de 2012

Verdadeira hospitalidade

Todo bom relacionamento entre duas ou mais pessoas, seja amizade, casamento, ou comunidade, cria um espaço onde visitantes podem entrar e se tornarem amigos. Bons relacionamentos são hospitaleiros. Quando entramos em uma casa e nos sentimos muito bem vindos, vamos logo perceber que o amor entre aqueles que vivem naquela casa é o que faz o "bem-vindo" possível.

Quando há conflito na casa, o convidado é logo obrigado a escolher um dos lados. "Você é para ele ou para ela?" "Você concorda com eles ou conosco?" "Você gosta dele mais do que de mim?" Estas questões impedem a verdadeira hospitalidade - isto é, uma oportunidade para o visitante para se sentir seguro e descobrir os seus próprios dons. A hospitalidade é mais do que uma expressão de amor para o hóspede. É também e acima de tudo uma expressão do amor entre os anfitriões.

Criando uma casa juntos


Segunda-feira 05 de março de 2012

Criando uma casa juntos

Muitos relacionamentos humanos são como os dedos entrelaçados de duas mãos. A nossa solidão nos faz agarrar uns aos outros, e esse apego mútuo nos faz sofrer extremamente porque ele não acaba com a nossa solidão. Quanto mais forte nós tentamos, mais desesperados nos tornamos. Muitos desses relacionamentos de "entrelaçamento" desmoronam porque eles se tornam sufocantes e opressivos.

As relações humanas estão projetadas para ser como duas mãos que se dão. Elas podem se afastar uma da outra e ainda se tocarem com as pontas dos dedos. Elas podem criar espaço entre elas, uma pequena tenda, uma casa, um lugar seguro para estar.

As verdadeiras relações entre as pessoas apontam para Deus. Elas são como orações no mundo. Às vezes, as mãos que oram estão completamente unidas, e algumas vezes há distância entre elas. Elas sempre se movem de e para a outra, mas nunca perdem o contato. Elas continuar orando para Aquele que as uniu.

Refletindo o amor perfeito de Deus


Domingo 04 março de 2012

Refletindo o amor perfeito de Deus

Amor de Deus por nós é eterno. Isso significa que o amor de Deus por nós existia antes de nascermos e continuará a existir mesmo depois que tenhamos morrido. É um amor eterno, ao qual estamos abraçados. Viver uma vida espiritual chama-nos a afirmar este amor eterno para nós mesmos para que possamos viver os nossos amores temporais - para os pais, irmãos, irmãs, professores, amigos, cônjuges, e todas as pessoas que se tornam parte de nossas vidas - como reflexos ou refrações de amor eterno de Deus. Nenhum pai ou mãe pode amar os seus filhos perfeitamente. Nem maridos ou esposas podem amar uns aos outros com amor ilimitado. Não há amor humano que não esteja quebrado em algum lugar.

Quando nosso amor quebrado é o único amor que podemos ter, somos facilmente lançados em desespero, mas quando podemos viver nosso amor quebrado como um reflexo parcial do amor de Deus, perfeito incondicional, podemos perdoar uns aos outros as nossas limitações e desfrutar juntos o amor que temos para oferecer.

A fidelidade de Deus e a nossa


Sábado 3 de março de 2012

A fidelidade de Deus e a nossa

Quando Deus faz uma aliança conosco, Deus diz: "Eu te amo com amor eterno eu serei fiel a você, mesmo quando você fugir de mim, me rejeitar, ou trair-me.". Em nossa sociedade, não falamos muito sobre alianças; falamos de contratos. Quando fazemos um contrato com uma pessoa, dizemos: "Vou cumprir a minha parte enquanto você cumpre a sua. Quando você não viver de acordo com suas promessas, eu não preciso mais viver de acordo com as minhas." Os contratos são muitas vezes interrompidos porque os parceiros não estão dispostos ou são incapazes de serem fiéis aos seus termos.

Mas Deus não fez um contrato conosco, Deus fez uma aliança conosco, e Deus quer que nossos relacionamentos uns com os outros sejam reflexo dessa aliança. É por isso que o casamento, a amizade, a vida em comunidade são formas de dar visibilidade à fidelidade de Deus em nosso viver juntos.

Aliança de Deus


Sexta-feira 02 de março de 2012


Aliança de Deus




Deus fez uma aliança conosco. A palavra aliança significa "união". Deus quer se unir a nós. Em muitas das histórias da Bíblia hebraica, vemos que Deus aparece como um Deus que nos defende contra os nossos inimigos, protege-nos contra os perigos, e nos guia para a liberdade. Deus é Deus-para-nós. 
Com a vinda de Jesus uma nova dimensão da aliança é revelada. Em Jesus, Deus nasce, cresce até à maturidade, vive, sofre e morre como nós. Deus é Deus-conosco. Finalmente, quando Jesus parte ele promete o Espírito Santo. No Espírito Santo, Deus revela toda a profundidade da aliança. Deus quer ser tão próximo a nós como a nossa respiração. Deus quer respirar em nós, de modo que tudo o que dizemos, pensamos e fazemos seja completamente inspirado por Deus. Deus é Deus-dentro-de nós. Assim, a aliança de Deus nos revela o quanto Deus nos ama.

Impotência de Deus


Quinta-feira 01 de março de 2012

Impotência de Deus
Jesus é Deus-conosco, Emanuel. O grande mistério de Deus tornar-se humano é o desejo de Deus para ser amado por nós. Ao se tornar uma criança vulnerável, completamente dependente de cuidado humano, Deus quer tirar toda a distância entre o humano e o divino.

Quem pode ter medo de uma criança que precisa ser alimentada, ser cuidadaser ensinada, ser conduzida? Costumamos falar sobre Deus como o todo-poderoso, Deus todo-poderoso de quem dependemos completamente. Mas Deus quis tornar-se o todo-impotente, Deus todo-vulnerável, que depende completamente de nós. Como podemos ter medo de um Deus que quer ser "Deus-conosco" e precisa de nós para nos tornar "Nós-com-Deus"?